Clandestino...
Sou um clandestino no barco da vida,
que ainda não embarcou,
Vigio da esquina o casco neutro,
e as tensas cordas....
Vejo desmemoriados ferros,
desafiando náuticas decisões das gálias que comandam com tardias esperanças.
Talvez seja jogada ao vento, sem regresso ou então,
fique para ver outros passarem....
com braços e portos já nos olhos que teimam a dormir.
Sentindo-me como uma ave acolhida na deturpação do inverno.
sem monólogos ou diálogos neste mesmo barco da vida.
Sem nem mesmo ter o barco da vida, sou como uma sombra seca, que varia nas ondas silenciosas e dissolutas de uma partida....
Lu Rosa
jan/2011