Pedaços de mim, de minha alma...

são feitos de sonhos interrompidos, por detalhes que foram despercebidos e amores mal  resolvidos.

Minha alma feita de choros sem ter razão, pessoas no meu coração e atos por impulsão. Sinto falta de lugares que não conheci, de experiências que não vivi e muito mais de momentos que já esqueci.
Eu sou totalmente amor e carinho constante, sendo distraída o bastante, ainda não paro por instante e com isso... Noites mal dormidas, pessoas muito queridas perdidas e coisas cumpridas e não prometidas.
Não é de mim desistir sem ao menos tentar, mas... pensei em fugir para não enfrentar e faço sorrir para não chorar.

Eu sinto pelas coisas a minha mudança e amizades que cultivei, aqueles que não julguei por não querer ser julgada e pelas coisas que falei sem ter falado...

Tenho saudade de pessoas que fui conhecendo no meu caminho e de lembranças que fui esquecendo também pelo caminho, mas com tudo isso continuo vivendo e aprendendo...

Clandestino...


Sou um clandestino no barco da vida,
que ainda não embarcou,
Vigio da esquina o casco neutro,
e as tensas cordas....
Vejo desmemoriados ferros, 
desafiando náuticas decisões das gálias que comandam com tardias esperanças.
Talvez seja jogada ao vento, sem regresso ou então,
fique para ver outros passarem....
com braços e portos já nos olhos que teimam a dormir.
Sentindo-me como uma ave acolhida na deturpação do inverno.
sem monólogos ou diálogos neste mesmo barco da vida.
Sem nem mesmo ter o barco da vida, sou como uma sombra seca, que varia nas ondas  silenciosas e dissolutas de uma partida....


Lu Rosa
jan/2011